Bar do Thomas

- Acalme-se meu jovem, não sou teu inimigo nem tão pouco quero te prejudicar. Dizia o homem um pouco assustado com a entonação do caçador. – Conheço algo que pode te ajudar em sua jornada. Ele olhava para os olhos do garoto procurando um pouco de entusiasmo e continua sua ladainha – Um antigo santo guarda em sua cova um poderoso item que pegou de um antigo bruxo. Mas seu corpo esta desaparecido, ninguém teve notícia de onde ele foi enterrado. Porém eu recebi uma informação do paradeiro de seu espírito. Agora o pobre homem fazia o sinal da cruz. - Tem interesse nesta aventura meu jovem?

Agora com o jovem Winchester interessado na conversa, o homem começa a falar detalhes sobre o assunto. – Briok Woodhead, foi um santo de muitas habilidades em seu tempo, mas hoje ele já não tem sua carcaça, pois foi morto há muito tempo pelo que dizem. O ponto mais alto de sua carreira como Santo foi derrotar e aprisionar um bruxo demônio muito poderoso, o qual foi trazido do submundo pelos poderes de dois bruxos, que agora não vem ao caso. Ele para enquanto pede um copo de água para o garçom e continua. – Em sua cova existe uma caixa de metal selada, onde guarda um certo poder místico que pode ajudar você concedendo um aumento considerável nas suas capacidades físicas e se você ainda tiver talento para as habilidades mágicas, pode até te ajudar nisso também. Aquilo tudo parecia muito fácil nas palavras do misterioso homem, mas logo ele vem ao assunto que iria incomodar o caçador. – Em troca da informação da localização do espírito de Woodhead, quero que você mate uma certa criatura que vive no lago Ishing, uma sereia para ser mais específico, ela matou meu filho a alguns anos atrás e quero vingança. Agora a expressão dele mudava para algo mais sério, como quem já guarda rancor a um bom tempo. – O que me diz, meu jovem?

Mais um dia tinha se passado desde que Lord Darkblood tinha conseguido sua primeira moeda, ele chegava no bar e rapidamente dirigia-se para uma das mesas ao canto, justamente para não ser incomodado por ninguém. Ele fazia sinal para o garçom pedindo a bebida de sempre enquanto já retirava um de seus charutos de uma caixa pequena de madeira. Ao acender o charuto ele começa a observar o lugar de forma a querer passar o tempo até que Conde Vanko apareça, se é que ele iria aparecer.

Um longo tempo se passava, e nenhum sinal de Vanko. Após este tempo um recem conhecido surgia no bar. Mark podia o reconhecer facilmente devido ao seu grande tamanho que espantava algumas pessoas em seu caminho.

Aquele homem ou coisa, misterioso ia até a mesa de Mark e se sentava em uma das cadeiras falando - Acho que não vai se importar por minha presença não é? - Uma fina lingua de cobra saia do capuz enquanto o homem falava, após pouco tempo ele continuava a falar mesmo antes da resposta de Mark - Sabe... A muitas coisas que acontecem nessa cidade e por sorte algumas delas acabam chegando aos meus ouvidos ou aos meus olhos... - Era retirado de seu longo casaco um pequeno cetro usado por nobres e este era colocado sobre a mesa, Mark o reconhecia como sendo de seu amigo Vanko.

Depois de fumar dois de seus charutos e beber alguns drinks, Mark já estava prestes a sair do bar quando percebe uma figura notavelmente inconfundível, era a grande criatura que tinha ajudado com certas informações precisas em alguns dias atrás. Sem a menor cerimônia ele vai sentando em uma cadeira na mesma mesa que Lord Darkblood estava, ainda mostrando um pouco da educação que lhe restava. Depois de uma breve fala, ele mostra o cetro que era carregado pela família dos nobres Condes de Vanko. “Como ele conseguiu isto?”, era a pergunta a qual o nobre se perguntava.

Sem falar se quer uma palavra ele puxa mais um charuto de sua pequena caixa, acende e começa a fumar. Após algumas tragadas ele olha para a criatura em uma expressão pouco amigável e fala. – O que trás uma pessoas como você por aqui? Sem querer ofendê-lo claro. E o mais importante... Como conseguiu este cetro? Indagava com uma certa expressão de preocupação e desconfiança, como que estivesse pressentindo algo de errado na situação.

Aquela conversa já estava tomando um outro nível o qual Lord Mark não estava gostando. – Diga-me o que queres pelas informações? Dizia em um tom firme e quase intimidador. Ele ajeitava-se na cadeira e colocava as mãos no bolso do casaco, sem nenhum movimento brusco ou nenhuma posição ameaçadora, fazia apenas uma pose na tentativa de manter-se calmo.

Mark ouvia tudo aquilo com bastante seriedade, mas quem tinha procurado ele estava mais interessado no que ele tinha do que ele gostaria de obter. Ele retira as mãos do casaco, segura o charuto com a mão direita enquanto soltava uma baforada de fumaça para cima. Olhava para a criatura ansiosa e dizia – Acho que não me interesso pela troca. Obrigado por ter se incomodado de vir até aqui. Neste momento Lord Darkblood levanta-se da cadeira e deixa algum dinheiro na mesa. Seria um blefe ou talvez ele estava cansado daquilo tudo?!